18/10/2012

Ampliação do repertório motor é foco de projeto no CMEI Martha Vianna de Oliveira


No terceiro bimestre, desenvolvendo o projeto Primeira Educação Física no CMEI Martha Vianna de Oliveira, estivemos preocupados com as percepções (aprendizagens conceituais) das crianças sobre as vivências acerca da cultura de movimento, e principalmente com o desenvolvimento qualitativo e quantitativo do aspecto motor das crianças. Em outros termos, isso quer dizer que estimulamos as crianças a dominarem as aprendizagens motoras que já haviam aprendido no primeiro semestre, além de aprender novos movimentos e possibilidades corporais. É a ampliação do repertório motor! 
O desenvolvimento do repertório motor, se justifica pelo fato de as atividades humanas, sejam elas ações, expressões, manifestações de liberdade, prática para a saúde, e até a própria aprendizagem, se não dependem totalmente, certamente estão ligadas ao acervo motor aprendido, vivenciado e explorado por determinada criança (NISTA-PICCOLO e WEY MOREIRA, 2012).
Para tanto, desenvolvemos diferentes atividades de manejo de objetos, tais como: bolas, arcos, panos, cordas, bexigas, entre outros, além da manipulação de combinações entre os objetos. Realizamos também outras atividades que dispensam o uso de objetos, mas exigem o uso do corpo. Sendo assim, o próprio corpo torna-se meio de ação, objeto de reconhecimento e obstáculo aos demais colegas de turma, simultaneamente. Além disso, as crianças foram estimuladas ao desenvolvimento da percepção sobre as características de diferentes esportes (como os olímpicos), através de desenhos animados, e de vivências motoras. 
Não podemos deixar de citar que as atividades, apesar de terem propósitos semelhantes, foram aplicadas de maneiras diversificadas e consequentemente distintas em cada grupo de crianças, a fim de atender as particularidades de cada um em seu nível de desenvolvimento. Portanto, é observável nas imagens, que crianças do jardim II desenvolveram determinadas habilidades motoras a partir de jogos de regras simples, e crianças do maternal desenvolveram as mesmas habilidades (logicamente, não no mesmo nível), porém através de exercícios previamente desenhados. 
Uma característica comum a todas as aulas de Educação Física do terceiro bimestre, foi o desenvolvimento do trabalho educacional a partir da autonomia dos alunos. É consenso entre diferentes estudiosos, que toda atividade, por mais predeterminada que seja, sempre possibilita um determinado nível de poder para tomada de decisão de seus participantes. O poder para a tomada de decisão varia em cada atividade, podendo ser maior ou menor. Isso é o que chamamos de ensino aberto, sendo que quanto maior o nível de autonomia conferido aos participantes das atividades, mais aberto esteve o processo de ensino (HILDERBRANDT e LAGING, 2005). Para as sequências didáticas do projeto Primeira Educação Física, o nível de autonomia foi estabelecido, a partir da verificação da habilidade das crianças em criar e participar de brincadeiras em grupo grande (a turma toda), ou em grupos pequenos (em duplas, trios...). Dessa forma, o nível de autonomia foi aumentando gradativamente, a partir do desenvolvimento da autonomia, e a medida que as crianças apresentavam capacidade para lidar com a tal de autonomia. E favorecendo a iniciativa da imaginação e consequentemente da criação com as crianças, pudemos presenciar o prazer em brincar expressado pelas crianças, afinal [...] a imaginação é a mão da criatividade (ALVES, 1986, p. 83), e como bem disse Einstein... a imaginação é mais importante que a inteligência, pois a inteligência é limitada, enquanto a imaginação não tem limites. 
Notem nas imagens, que as atividades, quase que em sua totalidade, foram realizadas em grupos, onde as crianças foram estimulas à percepção do "outro", ou seja, levados a iniciar suas representações acerca dos princípios éticos e morais que compõem o pilar da educação que chamamos de "aprender a conviver". Neste contexto, podemos dizer que o prazer não surgiu somente da autonomia atribuída as crianças, mas também da participação nas atividades com o "outro". Prazer que é primordial para a aprendizagem, pois: [...] o prazer é o princípio determinante da vida da criança: e mais, o brincar não produz objetivos, mas proporciona prazer. O brincar, enquanto atividade que tem o seu fim em si mesma, é nada menos que a expressão dessa busca fundamental do prazer (ALVES, 1986, p. 96).

Prof. Ms. Ademir Testa Junior

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