05/09/2011

"A arte e o aprendizado da gestão escolar", por Elenira Aparecida Cassola

Estar à frente de uma instituição de ensino não é tarefa fácil. Diria até que se configura como uma arte. A gestão de uma escola requer de seu dirigente pensamentos, decisões, ações, buscando fazer acontecer e obter resultados. Resultados que devem e podem ser definidos, a partir de previsões, análises e avaliações, mas que devem ser alcançados através de pessoas e numa constante parceria e interação entre os envolvidos no processo educacional. 
Além disso, podemos também ressaltar a organização, espírito de equipe, capacidade de liderança, atualização constante e aperfeiçoamento, como características esperadas de um gestor.
Nesse sentido, a gestão escolar e mais particularmente a figura do gestor traz consigo a ideia de coordenação e participação, ao invés de centralização e controle. Os novos cenários e demandas que vêm sendo esboçados pela sociedade exigem do gestor presença constante na instituição, não com o sentido de reverendar o comando, mas criando uma cultura organizacional, com alinhamento de propósitos e prioridades que integram o planejamento educacional estratégico.
Entende-se, desta maneira, que o trabalho de gestão educacional,por sua natureza, demanda um esforço compartilhado, realizado a partir da participação coletiva e integrada dos membros de todos os segmentos das unidades de trabalho envolvidos. Esta participação faz as pessoas sentirem-se responsáveis por seus resultados e, portanto, construindo autonomia.
Gostaria de enfatizar aqui, as palavras da educadora Heloísa Lück, que ressalta o sentido de participação como tomada de decisão: “participar implica compartilhar poder, vale dizer, implica compartilhar responsabilidades por decisões tomadas em conjunto como uma coletividade e o enfrentamento dos desafios de promoção de avanços, no sentido de melhoria contínua e transformações necessárias”.
A gestão de instituições educacionais, desta forma, precisa articular essa participação, buscando encontrar, pela visão de conjunto, bem como pelas redes de ações interligadas, soluções eficazes à consecução dos projetos educacionais.
Um outro ponto a ser destacado é a relação articulada da prática da gestão com a comunidade. É notória a contribuição que a relação escola-comunidade oferece à gestão do processo educacional. E o gestor é o elemento que deve propiciar as condições para essa participação.
É certo, portanto, que pensar na gestão como campo de desenvolvimento profissional e institucional, é creditar ao gestor a responsabilidade da participação autêntica nos sucessos e nas responsabilidades da escola, como uma forma política de assumir a missão educativa no sistema de ensino. 
Aos gestores de estabelecimentos de ensino que acreditam na importância da escola para a formação de nossas crianças, jovens e adultos e na importância de seu papel para promover essa formação com qualidade, desejo que este artigo incentive o debate interno nas escolas e a reflexão crítica no âmbito da formação inicial e na formação continuada de profissionais da educação, no sentido de construir uma nova cultura educacional e profissional que promova transformações significativas nos contextos escolares.

Elenira Aparecida Cassola é psicopedagoga e doutora em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista – Câmpus de Araraquara. Gerente de Projetos Educacionais da Secretaria Municipal de Educação de Jaú.

* Artigo publicado originalmente no Jornal Comércio do Jahu

Imagem: Arquivo SME-Jahu

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